Um novo estudo sugere que os astrócitos, um tipo de célula cerebral, são importantes para conectar a β-amilóide com os estágios iniciais da patologia tau.Karyna Bartashevich/Stocksy
- Os astrócitos reativos, um tipo de célula cerebral, podem ajudar os cientistas a compreender por que algumas pessoas com cognição saudável e depósitos de β-amilóide no cérebro não desenvolvem outros sinais de Alzheimer, como proteínas tau emaranhadas.
- Um estudo com mais de 1.000 participantes analisou biomarcadores e descobriu que a β-amilóide só estava associada ao aumento dos níveis de tau em indivíduos que apresentavam sinais de reatividade astrocitária.
- As descobertas sugerem que os astrócitos são importantes para conectar a β-amilóide com os estágios iniciais da patologia tau, o que pode mudar a forma como definimos a doença de Alzheimer precoce.
O acúmulo de placas amilóides e proteínas tau emaranhadas no cérebro tem sido considerado há muito tempo a principal causa deDoença de Alzheimer (DA).
O desenvolvimento de medicamentos tende a concentrar-se no alvo da amiloide e da tau, negligenciando o papel potencial de outros processos cerebrais, como o sistema neuroimune.
Agora, uma nova pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh sugere que os astrócitos, que são células cerebrais em forma de estrela, desempenham um papel crucial na determinação da progressão da doença de Alzheimer.
Astrócitossão abundantes no tecido cerebral.Juntamente com outras células gliais, as células imunológicas residentes no cérebro, os astrócitos sustentam os neurônios, fornecendo-lhes nutrientes, oxigênio e proteção contra patógenos.
Anteriormente, o papel dos astrócitos na comunicação neuronal tinha sido negligenciado, uma vez que as células gliais não conduzem eletricidade como os neurônios.Mas o estudo da Universidade de Pittsburg desafia esta noção e lança luz sobre o papel crítico dos astrócitos na saúde e nas doenças do cérebro.
As descobertas foram publicadas recentemente emMedicina Natural.
Pesquisas anteriores sugerem que interrupções nos processos cerebrais além da carga amilóide, como o aumento da inflamação cerebral, podem desempenhar um papel crucial no início da sequência patológica de morte neuronal que leva ao rápido declínio cognitivo na doença de Alzheimer.
Neste novo estudo, os pesquisadores realizaram exames de sangue em 1.000 participantes de três estudos separados envolvendo idosos cognitivamente saudáveis com e sem acúmulo de amiloide.
Eles analisaram as amostras de sangue para avaliar biomarcadores de reatividade dos astrócitos, especificamente a proteína glial fibrilar ácida (GFAP), em combinação com a presença de tau patológica.
Os pesquisadores descobriram que apenas aqueles que tinham carga amilóide e marcadores sanguíneos indicando ativação ou reatividade anormal de astrócitos tinham probabilidade de desenvolver Alzheimer sintomático no futuro.
Horário da postagem: 08/06/2023